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ALBERT EINSTEN E A BOMBA ATÔMICA

A primeira explosão nuclear da História aconteceu em silêncio, na madrugada chuvosa do dia 16 de julho de 1945, numa área de testes de bombardeios do exército americano, em Alamogordo, Novo México.

Mas.... até chegar a esse momento histórico, muitos pesquisadores, de diversos países, se debruçaram em estudos no que ficou conhecido como Projeto Manhattan e que tiveram a ajuda do cientista judeu Albert Einsten que temendo a possibilidade da Alemanha Nazista de realizar o uso da fussão nuclear para a criação de bombas atômicas enviou uma carta ao então presidente americano Franklin Delano Roosevelt para informá-lo.

Na carta assinada por Albert Einstein, mas em grande parte escrita por Leó Szilárd em consulta com os físicos Edward Teller e Eugene Paul Wigner.

Confira o texto na íntegra

 

Albert Einstein Old Grove Road, Poconic, Long Island

2 de agosto de 1939

F.D. Roosevelt

White House

Washington, D.C.

Senhor Presidente.

Um trabalho recente de E. Fermi e L. Szilard, que me foi enviado em manuscrito, leva-me a supor que o elemento urânio pode vir a ser uma nova e significativa fonte de energia em futuro próximo. Certos aspectos da situação que decorrem parecem exigir cuidado e, se necessário, ação pronta de parte do governo. Daí porque creio ser minha obrigação trazer à atenção do senhor os seguintes fatos e recomendações.

Nos últimos quatro meses tornou-se provável – através do trabalho de Joliot, na França, bem como de Fermi e Szilard, nos EUA – que seja possível desencadear, numa grande massa de urânio, uma reação nuclear em cadeia, que geraria vastas quantidades de energia e grandes porções de novos elementos com propriedades semelhantes às do elemento rádio. Agora, está quase certo que isso se possa fazer no futuro imediato.Neste momento,parece quase certo que tal fato possa ocorrer em futuro imediato

Este novo fenômeno poderia tambem levar à construção de bombas e é de se imaginar – malgrado isso seja bem menos certo – que se possam fabricar, portanto, bombas de extrema potência desse tipo. Uma só dessas bombas, levada em navio e explodida num porto, talvez possa destruir o porto inteiro com partes da zona vizinha. Entretanto, tais bombas talvez sejam muito pesadas para transporte aéreo.

Os Estados Unidos só têm minérios de urânio de qualidade muito baixa e em quantidades reduzidas. Existe minério de boa qualidade no Canadá e na ex-Thecoslováquia, mas a grande fonte de urânio está no Congo Belga.

Dada esta situação, talvez o senhor julgue de bom alvitre que algum contacto permanente se estabeleça entre o governo e o grupo de físicos que trabalha na reação em cadeia nos EUA. Uma forma possivel talvez seja o senhor atribuir essa missão a alguém de sua confiança que poderia, quem sabe, atuar em condição não-oficial. Sua tarefa poderia constar do seguinte:

a) fazer contacto com os ministérios, mantê-los a par de quaisquer novos avanços e recomendar ação governamental, com atenção particularmente voltada para o problema de garantir o suprimento de minério de urânio para os EUA.

b) acelerar as experiências, no momento levadas a efeito sob a limitação dos orçamentos de laboratórios universitários, carreando fundos, se fundos se fizerem necessários, pelo contacto com particulares desejosos de contribuir para esta causa, talvez, inclusive, buscando a colaboração de laboratórios industriais que contem disponham do necessário equipamento.

Entendo que a Alemanha resolveu de fato suspender a venda de urânio das minas tchecas que tomou.

Talvez se compreenda por que haja tomado essa providência inicial pelo fato de o filho do vice-ministro do exterior, von Weizsacker, ser ligado ao Instituto Kaiser Wilhelm, de Berlim, onde está sendo repetido parte do trabalho americano em urânio.

Atenciosamente,

Albert Einstein

 

Alarmado com as suspeitas, Roosevelt responde à Einsten

 

THE WHITE HOUSE

WASHINGTON

19 de outubro de 1939

Meu caro Professor:

Desejo agradecer-lhe sua recente carta e o importante e interessantíssimo anexo.

Considerei o assunto de tal seriedade que criei um Conselho composto do diretor do Bureau of Standards e de representantes do Exército e da Marinha para examinar detidamente o que o senhor indica acerca do elemento urânio.

Apraz-me comunicar-lhe que o dr. Sachs estará cooperando com esse comitê, nele efetivamente trabalhando, pois quer me parecer que esta é a forma mais prática e eficiente para tratar do assunto.

Queira aceitar meus sinceros agradecimentos.

Sinceramente,

FDR

Dr. Albert Einstein, Old Grove Road, Nassau Point

Poconic, Long Island, New York

 

Apesar de não ter trabalhado no projeto atômico, de acordo com Linus Pauling, Einstein mais tarde teria se arrependido de ter assinado a carta, diante de seu uso nas cidades de Hiroshima e Nagasaki no Japão em 1945.

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